quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Disciplina

Na realidade, hoje eu queria postar aqui algo sobre nossos eternos votos de ano novo. Aquela história que a gente já conhece bem. Todo finalzinho de ano olhamos pra trás e constatando o que não conseguimos realizar, os tropeços, os sonhos abandonados pelo ano que está acabando, nos propomos a ser diferentes, e nos colocamos várias metas que julgamos a fonte da felicidade se for alcançada.

Mas como a proposta é sempre pensar as coisas DE UMA OUTRA FORMA, entendo que antes disso é preciso que pensemos em disciplina. Digo isso por que entendo que o problema não está nas metas e nos sonhos. Na grande maioria das vezes eles são bons e verdadeiros. O problema também não está nos recursos, porque quase sempre dispomos dos recursos necessários ou então, na pior das hipóteses, eles estão bem ao nosso alcance. E penso que também não há problema quanto a nossa vontade ou em nosso desejo. Normalmente queremos muito realizar o que nos propusemos em nossos votos de ano novo. O problema, acredito, está em outro lugar.

A questão é que não temos (entenda bem isto) disciplina. Não estamos acostumados a construir sonhos passo a passo e nem mesmo a planejar a construção de nossas metas cotidianamente, mantendo práticas e afazeres que as vezes parecem, e que as vezes são, muito enfadonhos. Pagamos juros nos financiamentos porque não conseguimos poupar. Pagamos altos preços nos cursinhos porque não conseguimos estudar sós. Ficamos depentes de dietas malucas porque não conseguimos nos controlar diante de um bom pedaço de doce. Ficamos loucos nos dias que antecem as provas porque não conseguimos separar tempo pra estudar. Ficamos nas filas dos bancos no dia do vencimento das contas porque não conseguimos separar um tempinho na hora do almoço. E por ai vai nossa lista de pequenas e grandes indisciplinas...

Por isso, pense diferente. Ao invés de estabelecer de novo as metas que nunca são cumpridas, faça uma promessa só a si mesmo. Pare de falar em comprar, viajar, emagrecer, passar em tal curso, conseguir, fazer e acontecer. Fale somente em ser disciplinado.

Acredito que com essa única meta, aqueles planos todos, todos aqueles sonhos que foram idealizados nos anos anteriores podem começar a acontecer de verdade na sua vida. Eu acredito muito no potencial que temos, e acredito que tudo o que precisamos é começar a pensar DE UMA OUTRA FORMA. Jesus disse a Marta que ela andava ansiosa de muitas coisas, quando na realidade uma só era importante... Ele falava do tempo gasto com Ele, na presença dEle... Acredito que a presença divina em nossa vida é fonte de alegria, de realização e de disciplina. Pense nisto.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

A inegável realidade da fantasia

O já conhecido amigo oculto dos finais de ano. Já participei de vários. Na infância passei pela decepção de levar meu presente comprado e embrulado com extremo zelo, para descobrir que o meu amigo oculto simplesmente não fora... Depois, sofri a vergonha de me esquecer completamente de comprar o presente de meu amigo. Porém, a maioria das lembranças é boa. São momentos divertidos, são presentes completamente inesperados, são palavras de um carinho gostoso de ser recebido e que normalmente não temos a oportunidade de ouvir.

Este ano, tive a oportunidade de sugerir o que queria ganhar. Há muito desejava uma pontinha de fantasia habilmente construída, que encanta a alma, batizada de "O Pequeno Príncipe". Pedi que, se possível, meu amigo oculto me atendesse este desejo. Fiquei feliz quando recebi o pacote que trazia a narrativa.

Esta história é simplesmente renovadora. Se você ainda não leu, mais do que um conselho, eu faço um apelo: leia. Eu já o fiz várias vezes, e sempre encontro um novo pensamento, uma nova forma de entender o mundo, de olhar para as pessoas. Nunca vi uma definição do que seja cativar que apresentasse tanta verdade e tanta poesia juntas. E jamais encontrei uma descrição mais clara dos meus sonhos de criança do que quando Saint Exuperi apresenta a incompreensão dos adultos diante dos desenhos de seu personagem.

E aí temos a inutilidade de certos trabalhos, a futilidade de alguns empreendimentos e o valor incomensurável dos relacionamentos. O Pequeno Príncipe é um tesouro sobre o qual devíamos nos dar o privilégio de debruçar de tempos em tempos. E junto no mesmo baú de valiosas pérolas de sabedoria, podíamos bem colocar outros romances, contos e poemas.

Quando lemos um conto, uma história, usando a imaginação construímos um mundo todo. Imaginamos os cenários, os rostos, as vozes, o movimento. É como se estivéssemos num plano superior, observando a vida dos personagens, tendo o poder de enxergar nas entrelinhas. O autor nos dá a possibilidade de ler pensamentos, de ver detalhes nos olhares, os sorrisos de canto de boca, o coração acelerado em certos momentos. Como observadores privilegiados, sabemos as intenções dos personagens, seus medos, anseios, desejos, sonhos e a sinceridade de seus ideias ou a falsidade de suas palavras.

Em alguns momentos chegamos a nos afligir por não poder interferir nas história, por não poder gritar aos personagens um aviso do tipo "não confie nele" ou "afaste-se daí". Em outros momentos, nos vemos tão perfeitamente retratados nas escolhas, situações e erros cometidos que é quase impossível não julgar que o autor escreveu pensando em nossas vidas.

É aqui que está a inegável realidade da fantasia. Ler boas histórias não é só passatempo fútil. Se você for um leitor atento, aprenderá frases que podem trazer alívio a dor de queridos, bem como algumas outras que podem ser verdadeiras alavancas de motivação nos momentos de desânimo. Se for um leitor atencioso, vai descobrir formas de se comportar melhor, de ter mais coragem, de ter mais afeto ou mesmo mais firmeza.

É aqui que está a inegável realidade da fantasia. Não julgue que só a informação precisa e factual é valiosa. Muitas vezes a verdade que mais precisamos está colocada numa fábula mais do que em listas de dados obtidos em pesquisas ou em estatísticas construídas com questinários. Sensibilidade é a chave de que você precisa para aprender destas fontes fantásticas.

Jesus Cristo usou histórias, contou parábolas e conseguiu aplicar ao coração de milhões a maravilhosa realidade do amor. Ele veio fazer uma revolução no coração dos homens, e soube como fazer isso usando a inegável realidade que havia no que todos consideravam sonhos deslumbrados de um caminhante errante. Em cada parábola os seguidores do Cristo se viam retratados. Em cada conto, em cada personagem e em cada situação vivida era possível a eles (e a nós hoje, se quisermos) identificar a realidade de suas vidas e toda a possibilidade de mudar.

Queria que você olhasse os contos, as fábulas, as histórias com outros olhos. Procure bons livros, e use seu potencial imaginativo. Dê cores às plantas, dê sons, vozes e movimentos aos personagens. Leia os sentimentos, conheça os corações e sinta a INEGÁVEL REALIDADE DA FANTASIA dando novos rumos aos seus pensamentos. Espero que isso o ajude a encarar seu mundo, seus desafios e seus relacionamentos DE UMA OUTRA FORMA. Pense nisto.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

A Doce Sabedoria Milenar

Estou passando por um momento dificil. Sei que quando comparo minha situação atual, que me incomoda,com a de milhares de outras pessoas espalhadas pelo mundo, que sofrem verdadeiros martírios, nem mesmo posso dizer que tenho um pequeno problema. Mas no momento, a comparação que faço não se aplica ao outro, quem quer que seja, mas a mim mesmo em momentos diferentes.
Entendi com o tempo, que para resolver problemas você precisa evitar duas tendências muito humanas: a de sentir que você é uma vítima constante do mundo ou a de acreditar que na verdade você não tem problema algum. São dois extremos que pouco ajudam a sanar as questões que impedem você de crescer e de dormir tranquilo.
Normalmente estes dois extremos ocorrem quando usamos a comparação. Alguns se comparam com os outros (sem uma visão real) e os vêem sempre ganhando, crescendo, recebendo, se alegrando, sendo honrados, tendo oportunidades e então sente-se infelizes, desafortunados, vítimas de injustiça, discriminados e azarados. O problema fica maior, mais pesado e acaba por se associar a inúmeros outros problemas, formando uma cadeia perversa que imobiliza toda ação positiva.
No outro extremo, muitos ao se compararem aos milhões de miseráveis do mundo, aos que sofrem com a guerra, com as mazelas da fome, com uma doença incurável, olham pra si mesmos como seres que foram bafejados pela bênção protetora da sorte. Entendem que seus problemas não são importantes, e que sua vida é tão boa que não devem nem ao menos reclamar. Estão contentes com o que possuem e com o que são.
Entendendo que estou falando de extremos, de um lado vejo pessoas paralisadas pela visão ampliada de um monstro medonho de injustiça e dor, enquanto do outro lado a mesma imobilidade é ocasionada pela imagem de uma redoma de sorte e bênção que diz que tudo está perfeito.
Minha opinião é que podemos melhorar, resolver nossos problemas, fugir desta paralisia se fizermos a comparação correta. No momento da crise eu não me comparo com o outro que parece sempre se dar bem em tudo, e nem com o outro que sempre parece ser derrotado. Me comparo comigo mesmo. Lembro das crises anteriores que me sobrevieram, listo os momentos bons, o reconhecimento obtido e as vitórias. Lembro também das dores e das frustrações, dos erros cometidos e das consequências que eles trouxeram. Assim, não me vejo como um iluminado que nunca é atingido e que não precisa de mais nada, e nem como um aborto da sorte que nunca consegue nada do que precisa. Com essa visão equilibrada, mesmo com os problemas consigo dormir, e mesmo com as vitórias, consigo continuar mantendo a visão e entendendo que posso continuar crescendo sempre.
Estes pensamentos são fruto da doce sabedoria milenar. Jesus declarou isso de forma muito simples quando disse "basta ao dia o seu próprio mal". Ele nos faz pensar na dimensão assustadora que damos a nossos problemas, dizendo que não podemos acrescentar nem mesmo meio metro ao curso de nossa vida. Ele nos aconselha a confiar na providência e amor de Deus. Também somos aconselhados por ele a pensar em prioridades e planejamento, como no caso da parábola das dez virgens.
Quando paramos um pouco e meditamos na profundidade das coisas aparentemente simples, começamos a nos ver como portadores de dons e capacidades, e a entender que nossos problemas podem ser resolvidos. Escutando a voz da sabedoria, podemos nos ver DE UMA OUTRA FORMA. Pense nisto!

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Recebendo Presentes

Fico feliz quando recebo presentes, e nisso acho que todos somos bem parecidos. Recebi de presente de uma super amiga (beijos Vanessa) esta imagem. Quando ela visitou este blog, me disse que se eu colocasse algumas imagens, ele ficaria mais alegre. Gostei muito da sugestão.


Então, de agora em diante vou procurar ilustrar um pouco nossas reflexões. E vou colocar aqui a imagem que a Vanessa me mandou. Acredito que logo poderei utilizar em um de meus comentários, sempre DE UMA OUTRA FORMA, é claro.

Prazer, Prioridades e Dúvidas

As muitas coisas que aconteceram, sobre as quais falei brevemente em minha última postagem, me motivaram a tentar agrupar estes três elementos apresetados no título. Talvez o primeiro deles tenha sido nomeado com uma palavra forte ou complexa demais, mas dentre muitas, entendi ser a que mais explicita o que gostaria de partilhar. Além do mais, uma boa explicação lhe dará os limites necessários. Vamos a ela.

Desde que comecei a pensar e a estudar sobre a questão do aproveitamento do tempo, da plenitude da vida, a questão das prioridades tem sido o ponto focal. Encontro temas e estudos que direta ou indiretamente imprimem a idéia com mais força em minha mente. Você só pode ser verdadeiramente dono de uma vida plena de alegria e satisfação se faz primeiro as coisas primeiras em seu dia a dia. Você só consegue realmente fazer as coisas primeiras quando administra bem seu tempo, tendo uma noção clara do que é realmente importante. A chave para isso é descobrir sua real vocação, seus desejos mais verdadeiros, seus princípios mais valiosos e aplicá-los na construção de algo maior do que você mesmo, que seja duradouro e benéfico.

O primeiro passo foi dado. Agora, para saber se você está no caminho certo, é preciso verificar se aquilo que você está obtendo lhe dá prazer. Entendo que esta palavra é forte porque aprendemos a associar prazer com a realização dos desejos, o mais rápido possível, no momento em que o coração deseja. Prazer está associado, muitas vezes, com comida, com sexo, com dinheiro, com fama... É a antiga, mas ainda válida reflexão sobre o fato de que ter tudo não significa estar satisfeito.

O prazer, como substantivo, é sinônimo de alegria, de jovialidade, de satisfação. Tem ligação com deliciar-se, com agradar-se e, talvez o mais importante, divertir-se. Prazer se obtém da companhia das pessoas, dos sentimentos nutridos, dos momentos vividos, e das coisas realizadas. Pra ser verdadeiramente prazeroso algo tem que ser duradouro em seus efeitos. O momento do prazer real deve perdurar na mente como uma lembrança também prazerosa, um sentimento de realização, de vitória, de saber ter feito o que devia ser feito e da melhor maneira possível.

Neste sentido, o prazer é muito importante na definição de suas prioridades. Uma prioridade verdadeira, seja ela qual for, ao ser entendida como tal, lhe dará prazer. Se algo é baseado em princípios, se cria algo duradouro e de valor, se é benéfico pra você e para os outros, necessariamente lhe dará prazer. Você vai se sentir bem por ter colocado este algo como uma coisa primeira em sua agenda. Você terá realização, alegria, e vai até se divertir enquanto investe seu tempo naquilo que é prioritário.

Sendo assim, voltando a falar de prioridades, entendemos que elas são definidas quando podem alinhadas com aquilo que é verdadeiramente importante pra você. Se algo não está lhe dando prazer, se não está lhe dando um sentimento de realização e leveza, pode ser que você esteja na área do que é urgente, do que lhe é cobrado, do que você sente-se obrigado a fazer.

Claro, coisas urgentes aparecem, e muitas delas são importantes. Mas se você não começar a priorizar o que é realmente importante, coisas urgentes irão escravizá-lo, e o sentimento do prazer ficará cada vez mais distante.

Por fim, uma vez discutidos o prazer e as prioridades, resta voltarmos à dúvida. De uma forma bem simples, se aquilo que você está fazendo, que está ocupando seu tempo, que está consumindo sua força de trabalho não está produzindo algo duradouro, que seja importante pra você, e ainda por cima não está lhe dando prazer como discutimos, muito provavelmente você está com a cabeça cheia de dúvidas.

Você está duvidando do valor do que faz. Você duvida que seu tempo esteja sendo brem empregado. Você duvida que e as pessoas estejam lhe dando o reconhecimento que você merece. Você duvida até mesmo da possibilidade de um dia conseguir chegar em casa bem humorado depois de um dia de trabalho.

Neste caso, use positivamente suas dúvidas. Busque reformular suas perguntas, para obter melhores respostas. Muito provavelmente suas dúvidas estão surgindo para mostrar que prioridades e prazer precisam ser repensados e suas fontes trabalhadas. Talvez suas dúvidas estejam dizendo que é hora de tentar entender sua vida DE UMA OUTRA FORMA. Pense nisto.

sábado, 1 de dezembro de 2007

Muita Coisa Aconteceu...

Quando escrevi minha última postagem, nem imaginava que aconteceriam mudanças tão grandes em minha vida. É uma boa maneira de testa minha filosofia de vida, minhas teorias e tudo o que leio, pesquiso, absorvo e ensino no que se refere à desafios, mudanças e desenvolvimento.

Desde o dia 08 de agosto estou em outra cidade. Uberlândia é o palco do desafio de um novo trabalho, de um novo começo. Estou vivenciando a necessidade de trabalhar mudanças, absorver uma cultura diferente, um trabalho que não domino e dezenas de coisas que nunca pensei fazer.

É viver de forma diferente amizades de muito tempo, que antes eram amigos de longe, e que hoje são queridos do cotidiano. É fazer novos amigos, começando bem lá do início, com perguntas do tipo "como é mesmo seu nome?" e descobrir pouco a pouco sua história. É deixar amigos íntimos, super próximos e entendê-los agora como amigos de longe, como pessoas queridas que você visita nas férias, com o sentimento e a certeza quase infalíveis de que as coisas irão mudar...

Tudo isso é um bom teste pra tudo o que eu tenho aprendido. Firmeza, auto-estima, liderança, prioridades, emoções e sentimentos. Tudo testado, tudo misturado, tudo desafiador e tudo encantador de uma só vez...

É momento de errar. Quando se começa de novo, o erro não parece tão perverso e os outros não são cobradores tão inflexíveis. Mas o fato de errar, embora ensine também machuca... Sempre tão cuidadoso com as pessoas (com elas eu mesmo não me permito errar, embora erre), às vezes erro com as coisas, com as tarefas, com os procedimentos.

Pois é, caros amigos. Divido com vocês a dor do erro, e também a lição que ele ensina: a lição do cuidado. A gente aprende muito com os erros, mas a lição comum a todos é a do cuidado. Pense bem, conheça mais, pergunte mais, ouça mais, leia mais, questione mais, antecipe consequências, compare-se com pessoas que viveram situações parecidas. Faça tudo isso, e você minimiza a possibilidade do erro. Faça tudo isso, e se o erro mesmo assim vier, você pode conviver com ele mais facilmente.

Minha mudança de ares, de casa, de trabalho, de grupos me presenteou com novos amigos, com novos desafios e também com novos erros. A lição do cuidado continua a ser ensinada nas aulas significativas do curso da vida.

Convido você a pensar nisto. Pense e pense muito nos erros. Decida conviver com eles, mas experiemente fazer isso de uma outra forma. Pense nisto!